Investigadores do MIT descobriram uma
região do córtex pré-frontal do cérebro responsável pela substituição dos
hábitos antigos por novos, dá conta um estudo publicado na “Proceedings of the
National Academy of Sciences”.
Os hábitos são comportamentos tão entranhados no cérebro que são realizados automaticamente. “Sempre se pensou − e eu continuo a pensar assim −, que ao realizar uma tarefa habitual não temos de pensar nela, libertando assim o cérebro para pensar noutras tarefas. Mas, ao que parece, este não fica totalmente liberto, pois há uma região do córtex que está dedicada ao controlo deste tipo de tarefas”, revelou, em comunicado de imprensa, uma das autoras do estudo, Ann Graybiel.
Neste estudo os investigadores, liderados
por Kyle Smith, constataram, através de experiências realizadas em ratinhos,
que uma região do córtex pré-frontal, conhecida por córtex infra-límbico (IL),
é responsável pelos hábitos que estão ativos a cada momento.
Apesar de
os hábitos estarem tão enraizados , há um centro de controlo no cérebro que os
consegue desativar. “Pensou-se sempre que os hábitos eram inflexíveis, mas este
estudo sugere que se pode ter hábitos de alguma forma flexíveis”, referiu uma
outra autora do estudo, Jane Taylor.
O estudo
apurou também que o córtex IL favorece os novos hábitos em detrimento dos
antigos, o que vem ao encontro dos resultados que outros estudos já tinham
apresentado e que demonstravam que quando os hábitos são descontinuados não são
esquecidos mas sim substituídos por outros.
Segundo os
autores do estudo, estes resultados levantam a possibilidade de intervenção
nesta região do cérebro para tratamento de indivíduos que sofrem de
comportamentos excessivos, nomeadamente de distúrbios obsessivos
compulsivos.
Durante os
últimos dois anos, uma jovem transformou quase todos os aspectos de sua vida.
Parou de fumar, correu uma maratona e foi promovida. Em um laboratório,
neurologistas descobriram que os padrões dentro do cérebro dela --ou seja, seus
hábitos-- foram modificados de maneira fundamental para que todas essas
mudanças ocorressem. Há duas décadas pesquisando ao lado de psicólogos,
sociólogos e publicitários, cientistas do cérebro começaram finalmente a
entender como os hábitos funcionam - e, mais importante, como podem ser
transformados. Embora isoladamente pareçam ter pouca importância, com o tempo,
têm um enorme impacto na saúde, na produtividade, na estabilidade financeira e
na felicidade.
Com base na
leitura de centenas de artigos acadêmicos, entrevistas com mais de 300
cientistas e executivos, além de pesquisas realizadas em dezenas de empresas, o
repórter investigativo do "New York Times" Charles Duhigg elabora, em
"O Poder do Hábito", um argumento animador: a chave para se exercitar
regularmente, perder peso, educar bem os filhos, se tornar uma pessoa mais
produtiva, criar empresas revolucionárias e ter sucesso é entender como os
hábitos funcionam. Transformá-los pode gerar bilhões e significar a diferença
entre fracasso e sucesso, vida e morte.
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