Uma viagem com mudança de fuso horário pode causar jet lag, um processo no qual o relógio do corpo fica "dessincronizado" com o ambiente. Desta maneira, após uma viagem passando por vários fusos horários a pessoa se sente como se o relógio biológico não estivesse no mesmo do horário do local.
Fadiga e desorientação. Tornar-se cansado e desorientado por vários dias após a sua chegada. Falta de concentração e motivação, especialmente para qualquer atividade que exija algum esforço ou habilidade, como dirigir, ler ou discutir um negócio. Mas até mesmo atividades simples podem tornar-se mais difícieis.
Pode levar alguns dias para o corpo se reajustar ao novo fuso horário. Enquanto isso, o sono pode ser interrompido durante a noite e, consequentemente, a pessoa poderá dormir durante o dia. Na verdade, a NASA estima que será necessário um dia para cada hora da zona de fuso horário para voltar ao seu ritmo normal e os níveis de energia. Portanto, uma diferença de cinco horas de tempo significa que você vai precisar de cinco dias para voltar ao normal.
Confusão e imprecisão. Regressar ao seu quarto de hotel duas ou três vezes para verificar se ficou trancado, isso é típico dos efeitos relatados por tripulantes que sofrem de jet lag.
Desidratação. O ar seco a bordo da aeronave pode causar dores de cabeça, irritação das narinas e pele seca. Este por sua vez, pode resultar em uma sensação geral de mal-estar e torná-lo mais suscetível à constipação, tosse, dor de garganta e gripe.
A Organização Mundial de Saúde vincula diretamente o "jet lag" como um fator agravante nos casos de diarréia causados pela contaminação microbiológica da água ou alimento, afetando entre 20% e 50% dos viajantes de longa distância.
Além dos sintomas acima do jet lag, a síndrome é agravada pelos efeitos físicos de ser confinado em um avião por horas.
Comissários de bordo. Perguntou-se aos comissários se eles geralmente passam por sintomas específicos do jet lag, durante e depois dos vôos de longo curso. Suas respostas foram as seguintes:
Cansaço ao longo dos primeiros cinco dias após a chegada, 90%.
Sono interrompido após a chegada, 93%.
Falta de energia e motivação, 94%.
Desorientação, 53%.
Desidratação, 73%.
Inchaço dos membros, 32%.
Ouvido, nariz, problemas de garganta, resfriado ou gripe, 70%
Então, como reduzir o jet lag?
- Antes de embarcar, verifique se você tem todos os seus assuntos, pessoais e de negócios, em ordem;
- Assegure-se que não está estressado, e não cansado ou de ressaca da noite anterior;
- Tenha uma boa noite de sono antes da viagem;
- O ar seco na aeronave provoca desidratação. Beber líquidos, preferencialmente água.
E depois do voo? Nos primeiros dias em um novo lugar tente se expor mais à luz solar. Ela vai dar ao seu cérebro a noção certa sobre os períodos do dia e isso ajuda a regular o sono.
Existe medicamentos para reduzir os sintomas do jet lag?
Alguns especialistas acreditam que o jet lag está relacionado aos níveis de melatonina, e que o uso de um suplemento desse hormônio ajuda a reajustar o relógio corporal no novo fuso horário. Até agora, as pesquisas foram inconclusivas; testes iniciais constataram que a melatonina reduzia o jet lag, mas um estudo posterior constatou que a diferença era pequena.
Uma outra opção para o combate do jet lag é uma preparação homeopática chamada No-jet-lag. Não tem nenhuma ligação com o hormônio melatonina. Sua eficácia foi comprovada em um estudo científico de passageiros de volta ao mundo, e confirmado por comissários de voo de longo curso. Para obter mais informações clique: http://www.nojetlag.com/jetlag3.html.
Comprimidos para dormir (não!). Algumas pessoas usam comprimidos para dormir para tentar aliviar o jet lag. Esta é uma abordagem perigosa, pílula para dormir induz um estado comatoso, com pouco ou nenhum movimento natural do corpo, e é sabido que a imobilidade prolongada durante o voo pode levar à formação de coágulos sanguíneos fatais (trombose venosa profunda). Isso foi relatado já em 1988 no The Lancet: estimou-se que, durante três anos no aeroporto de Heathrow, 18% das 61 mortes súbitas nos passageiros de longa distância foram causados por coágulos nos pulmões.
Há pouco material de divulgação jornalística e científica sobre o Jet lag, principalmente no Brasil. Talvez devêssemos dar mais importância a esse mal que atinge muitas pessoas que viajam a longa distância, em especial aos comissários que voam internacional. As cia aéreas escalam esses "pássaros" para voarem a longa distância cerca de 4x/mês, e quando não estão voando, ficam, na maior parte, de sobreaviso em terra aguardando o possível 5°, 6° voo. Será que o tempo de recuperação da volta de um voo longo está sendo respeitado? Será que o sobreaviso não potencializa o jet lag por estarem preocupados em serem acionados para um voo que não foram escalados a princípio? De qualquer forma, o jet lag não deixa de ser um acessório indispensável na bagagem desses "pássaros", mesmo que indesejável. Precisamos olhar com carinho o trabalho de todos e respeitá-los, e então, veremos lindos e saudáveis "pássaros" voando atenciosos e tranquilos.
Fonte:
- O cérebro e o sistema nervoso. Rio de Janeiro: Reader's Digest, 2007.
- http://www.nojetlag.com/jetlag1.html
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