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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Parkinson: Cérebro e coração?

A dopamina é um neurotransmissor, precursor natural da adrenalina e da noradrenalina. Tem como função a atividade estimulante do sistema nervoso central, ajuda a controlar os músculos e os movimentos.

As células que produzem a dopamina estão nos núcleos da substância negra (observar a foto) do mesencéfalo. Danos a elas reduzem a produção desse neurotransmissor, resultando nos sintomas motores típicos da doença de Parkinson.

Substância negra em um cérebro saudável (à esquerda) e substância negra diminuída em um cérebro com Parkinson (à direita ) - Foto: Rui Daniel S. Prediger

Os sintomas se desenvolvem progressivamente, começando com tremor nas mãos e pernas, progredindo para o arrastar de pés para andar, enrigidez dos músculos, escrita ilegível e postura inclinada. Na fase avançada, problemas na fala, dificuldade para engolir e eventual depressão.

Estudos recentes ressaltam novas formas de manifestação clínica da doença de Parkinson, como a associação da doença com problemas no coração, trabalho apresentado no 18th WFN World Congress on Parkinson’s Disease and Related Disorders, realizado em Miami, nos Estados Unidos, em dezembro último. A reportagem é da Agência Fapesp do dia 4/2/2010.

A apresentação foi do pesquisador Antonio Augusto Coppi, responsável pelo Laboratório de Estereologia Estocástica e Anatomia Química (LSSCA) do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade de São Paulo (USP).

A pesquisa procura entender de que forma a doença afeta o coração. A equipe de Coppi induziu a doença de Parkinson nos camundongos por meio do uso do 1-metil-1-4-fenil-1,2,3,6-tetrahidropirimidina (MPTP), de modo a analisar seus efeitos no miocárdio, na inervação do coração e nos neurônios do sistema nervoso central. O objetivo é ver se o MPTP pode ser um bom modelo para se quantificar os efeitos da doença de Parkinson no coração.

Nos resultados preliminares, o grupo de camundongos que recebeu a droga apresentou, à análise morfológica estereológica estocástica tridimensional, uma atrofia do ventrículo esquerdo do coração e “uma tendência ao aumento do número de núcleos de fibras cardíacas (cardiomiócitos) desse mesmo ventrículo, o que é sugestivo de uma proliferação compensatória dessas fibras”, disse Coppi. O decréscimo nas concentrações de neurotransmissores no coração – dopamina e noradrenalina - também foram os dados observados.

A droga MPTP é muito utilizada para induzir doença de Parkinson em camundongos e em primatas, mas Coppi destaca que "os estudos sempre enfocaram o cérebro, mas sem abordar o aspecto morfoquantitativo do coração”.

De acordo com Coppi, a doença de Parkinson pode se iniciar pelo sistema nervoso periférico e, a partir daí, pode afetar os órgãos que são inervados por esse sistema periférico e depois evoluir para o cérebro. A teoria postulada hoje é que a doença de Parkinson comece no sistema nervoso central e evolua para um quadro periférico, afetando outros órgãos.

Pesquisas recentes e futuras poderão descobrir quais desses caminhos a doença de Parkinson percorre e, sendo assim, poderemos encontrar respostas para as causas, até então, desconhecidas.

Mais detalhes sobre a pesquisa podem ser obtidos com o professor Coppi por e-mail (guto@usp.br, skype (antonio.augusto.stereo), telefone (11) 3091 - 1214 ou visitando o site do LSSCA (www2.fmvz.usp.br/lssca).

Referências:
O livro do Cérebro (Traduzido, lançado pela editora Duetto)
Agência Fapesp: http://www.agencia.fapesp.br/materia/11724/parkinson-e-coracao.htm

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Rainha do Mar

Foto de Patrícia Carmo

"Iemanjá, rainha do mar, é também conhecida por dona Janaína, Inaê, Princesa de Aiocá e Maria, no paralelismo com a religião católica. Aiocá é o reino das terras misteriosas da felicidade e da liberdade, imagem das terras natais da África, saudades dos dias livres na floresta" - Jorge Amado

Iemanjá é um orixá africano, tem como significado "Mãe cujos filhos são peixes". Em Salvador, ocorre anualmente, no dia 2 de Fevereiro, uma das maiores festas do país em homenagem à "Rainha do Mar". A celebração envolve milhares de pessoas que, trajadas de branco, saem em procissão até ao templo-mor, localizado próximo à foz do rio Vermelho, onde depositam variedades de oferendas, tais como espelhos, bijuterias, comidas, perfumes e toda sorte de agrados.

Rainha do mar, tem como seguidores as religiões afro-brasileiros, e até membros de outras religiões. Pular as 7 ondinhas durante a virada do Ano Novo pedindo sorte e jogar no mar oferendas para a dinvidade, também é uma maneira de homenagear Iemanjá.

Na Umbanda, é considerada a divindade do mar, além de ser a deusa padroeira dos náufragos, mãe de todas as cabeças humanas, adora cuidar de crianças.

Dia 2 de fevereiro também é dia da santa católica Nossa Senhora dos Navegantes. Em Salvador, a festa católica acontece na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, na Cidade Baixa, enquanto os terreiros de Candomblé e Umbanda fazem divisões cercadas com cordas, fitas e flores nas praias, delimitando espaço para as casas de santo que realizarão seus trabalhos na areia.

Interessantemente, em Pelotas, Rio Grande do Sul, a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes vai até o Porto de Pelotas e antes do encerramento da festividade católica acontece um dos momentos mais marcantes da festa de Nossa Senhora dos Navegantes, as embarcações param e são recepcionadas por umbandistas que carregam a imagem de Iemanjá, proporcionando um encontro ecumênico assistido da orla por várias pessoas.

Para ler mais:

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Olho: Uma janela para o diagnóstico de Alzheimer



A doença de Alzheimer (AD) é a principal causa de demência* no mundo, trata-se de um quadro degenerativo progressivo, em que costuma ser associada à formação de placas e emaranhados de proteína (beta-amielóide) que, depositada no cérebro, leva à morte de neurônios. Embora áreas especializadas do cérebro são mais conhecidas como sítios da patologia de AD, crescente evidência mostra que o olho, particularmente a retina, é também afetada.

Alterações na retina de pacientes com AD estão associados com a degeneração e perda de neurônios. Avaliar as mudanças patológicas no cérebro durante a vida é um processo indireto e o olho pode ser usado como uma janela para as doenças do cérebro.

Uma técnica de exame de olhos, desenvolvida em Londres, permite um diagnóstico com até duas décadas de antecedência. Pesquisadores acreditam que sendo o olho uma extensão do cérebro, quando o reagente desenvolvido para ser aplicado como colírio atingir a retina, a substância assinala as células mortas, que são detectadas por uma câmera com raios infravermelhos. Cada pontinho é uma célula morta, mais de 20 pontos, sinal de Alzheimer. A técnica foi um sucesso em ratos e agora começará a ser testada em humanos.

A doença de alzheimer pode ser amenizado com tratamento medicamentoso que varia de pessoa para pessoa e depende de quando a doença é descoberta. A grande vantagem da técnica revolucionária é poder começar o tratamento precocemente, para desacelerar o envelhecimento e a morte de células.

* Demência = Perda de memória progressiva, confusão mental e alterações comportamentais.

Referências:
- O livro do cérebro;


terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Livro diz que falta prevenção contra desastres no Brasil



Deslizamento de terra - 8 Dez 2009
Foto de Alexandre Vieira








Deslizamento de terra e enchentes é cenário que se repetem a cada ano no Brasil e é o tema de maior destaque na mídia, ultimamente. A intensidade dos fenômenos naturais é apontado como o principal e, muitas vezes, como o único fator atribuído a esses desastres. Estudos realizados pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Sociais em Desastres (Neped), do Departamento de Sociologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), constataram que não há, no Brasil, uma cultura relacionada à prevenção e à proteção civil em relação a desastres.

O livro Sociologia dos Desastres: construção, interfaces e perspectivas no Brasil reúne esses estudos realizados no Neped desde 2003 e artigos de 12 especialistas diferentes. O livro tem o objetivo de contribuir para o aperfeiçoamento do Sistema Nacional de Defesa Civil. A reportagem é da revista Fapesp de hoje, 26/01, que tem o título: "Rotina desastrosa".

Recentemente, os desastres ocorridos em Angra dos Reis é um exemplo atual de uma constatação feita pelos especialistas no livro: os órgãos públicos têm dificuldades para reagir aos desastres, segundo Mariana Siena, uma das pesquisadoras do grupo, "se houvesse prevenção, a espacialização da população não geraria desastres. Se há fatores que caracterizam ameaça, é preciso preparar a população. E, após o resgate, é preciso buscar maneiras de reabilitar a população imediatamente e fazer uma reconstrução resiliente", ressalta. "As lições aprendidas com as falhas na prevenção quase nunca são incorporadas”, afirmou Mariana.

Os desastres relacionados a chuva e a seca atingem 25% dos municípios brasileiros. Os estudos do grupo observaram que os mesmos locais e as mesmas famílias haviam sido atingidas diversas vezes nos últimos sete anos. Imaginamos que somente a população pobre é atingida, por causa da vulnerabilidade desses indivíduos, mas o desastre acontece com todos, pobres e ricos, a diferença é que os ricos tem facilidade de erguer novamente o que foi destruído e garantir medidas de prevenção por possuir um poder aquisitivo maior do que a população pobre que não tem tempo de se recuperar e logo são atingidos novamente.

Esses grupos são submetidos a um expressivo sofrimento social em situações de desastre. Na maioria dos casos, essas vulnerabilidades se combinam com políticas sociais precárias", ressalta Mariana. O livro é dividido em quatro seções, as dimensões sociais da vulnerabilidade são abordadas na segunda parte do livro. A primeira trata de políticas institucionais da defesa civil, a terceira discute o tema “Educação para redução de desastres” e a última seção, a única que trata estudos feitos fora do Brasil, avalia os impactos das mudanças climáticas sobre países do continente Africano.

Sociologia dos Desastres: construção, interfaces e perspectivas no Brasil
Autor: Norma Valêncio e outros
Lançamento: 2010
Preço: Distribuição gratuita (é só clicar no nome do livro no texto)
Páginas: 268

Reportagem Fapesp: http://www.agencia.fapesp.br/materia/11675/rotina-desastrosa.htm

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Intolerância religiosa

Tradição africana brasileira

Dia 21 de janeiro, dia Mundial da Religião e dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Data que marca o falecimento da Mãe Gilda, yalorixá do Terreiro Abassá de Ogum, vítima de um infarto depois da invasão e destruição ao seu templo religioso por crentes que se diziam evangélicos, os quais a acusavam de charlatanismo.

Durante séculos, as religiões de matrizes africanas* foram estigmatizadas por falta de informação, preconceito e crenças. Infelizmente, a interpretação e avaliação da tradição africana que começam em locais específicos, ou práticas, que então são generalizadas sem uma razão válida, se limita a sobreviver nos dias de hoje. O processo de reinterpretação dessas religiões começaram há aproximadamente sessenta anos. Antes tarde do que nunca para inverter o estigma que a rodeia. "Os africanos tradicionalmente são vistos como selvagens e irracionais, particularmente no Brasil, país de vasta trajetória escravista e que durante muito tempo rejeitou o legado das diversas culturas negras que por aqui aportaram", fato histórico que possa dificultar o processo de cicatrização.

A doutrina filosófica que defende e promove a separação do Estado das igrejas e comunidades religiosas, assim como a neutralidade do Estado em matéria religiosa é chamada de laicismo. Os valores primaciais do laicismo são a liberdade de consciência, a igualdade entre cidadãos em matéria religiosa, e a origem humana e democraticamente estabelecida das leis do Estado. A religião pode não interferir diretamente na política, como é o caso dos países ocidentais ou a religião tem papel ativo na política e até mesmo na constituição, como é o caso do Vaticano.

"Não se deve confundir a laicidade do Estado com a neutralidade e a cegueira diante das injustiças cometidas contra as religiões no país". A mídia retrata poucos casos de conflitos violentos entre membros de determinadas Igrejas e outras culturas religiosas no Brasil, mas se buscarmos profundamente encontramos as referências. É importante ressaltar e diferenciar pessoas que se consideram líderes religiosos e inventam suas crenças que ridicularizam qualquer doutrina séria dos verdadeiros líderes.

A diversidade de dogmas e culturas tem como base a crença de uma força maior sobrenatural, criador do Universo. Cada religião define suas doutrinas de acordo com sua crença, peculiaridade e riqueza cultural. Uma religião não deve ser concorrente da outra, pois elas são complementares porque surgiram para tentar responder a uma série de perguntas que sempre estiveram presentes ao longo de nossa história. O dia nacional da intolerância religiosa vem nos alertar a importância do respeito e paz entre as religiões.


*As religiões tradicionais africanas envolvem ensinamentos, práticas e rituais que fazem a estrutura das sociedades nativas africanas, refletem concepções locais de Deus e do cosmos. Não acreditam em demônios e seres malignos. Tem consciência de que o homem é inspiração de Deus e tem a capacidade para fazer tanto o bem como o mal. Acreditam na existência de um Criador.


Para ler mais sobre:

Tradição religiosa africana: http://www.ifatola.com/

Reportagens sobre a legalização de terreiros: http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,para-umbandista-governo-usa-religiao-como-propaganda,499324,0.htm e http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100121/not_imp498975,0.php

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Haiti: A moralidade humana depois do terremoto

United Nations Photo
As placas tectônicas se movimentam lenta e continuamente causando vibração brusca e passageira da superfície da Terra. Este fenômeno é chamado terremoto, que resulta em perda de vidas, ferimentos e altos prejuízos financeiros e sociais, como o desabrigo de populações inteiras, facilitando a proliferação de doenças, fome e a luta pela sobrevivência. Essas palavras descrevem a vida dos haitianos desde a última terça-feira, dia 12, causado por um forte terremoto de nível 7,0 na escala Richter.

Organizações não governamentais (ONG) estavam ajudando a minimizar a pobreza do Haiti antes do terremoto. Hoje, a privação da comida, bebida e de um teto para morar é a realidade nua e crua dos haitianos depois da catástrofe. A sensação anestésica deve ter sido inevitável para essas pessoas, diante dos seus olhos, pedras sobrepostas em montes eram parte de sua história real com pessoas reais.

Inevitável e emocionante é ver tantas pessoas sofrendo as consequências da evolução da Terra e a generosidade humana para com elas. O mundo conheceu um Haiti que era ajudado por tantas pessoas e agora mais do que nunca precisa do coração de cada um, seja rezando ou doando. A emoção toma conta da mente e uma mudança acontece dentro de nós, principalmente para quem viveu esta tragédia. Pessoas lutam por um espaço, saqueiam casas, brigam por comida e até pela água não potável da rua. A moralidade humana depois do terremoto continua a mesma para os haitianos? O que muda no corpo e na mente com todas essas privações?

As células consomem nutrientes para produzir a energia que o corpo necessita para viver. A ingestão de pães, cereais, legumes e frutas fornecem carboidratos, amido e açúcares para o nosso corpo que se transformam em glicose, o açúcar simples que o corpo humano utiliza para se ter energia. O laticínios, ovos, carnes e óleos contém gordura que levam as vitaminas até as células protegendo os órgãos internos e armazenando energia. As proteínas provenientes de carnes, peixes, leite e os grãos é o principal componente da pele, músculos, ossos e são necessárias para o crescimento e manutenção de todas as células do corpo humano. Além desse conhecimento nutricional, o consumo desses alimentos garantem o bom funcionamento da atividade mental.

Pessoas normais, que cresceram em um ambiente adequado, desenvolvem um sentido instintivo do que é certo ou errado - é o que diz o Livro do Cérebro - e que demonstra ao menos em parte estar programado no cérebro. Essa programação parece estar relacionada com a autopreservação. Quem nunca perguntou: "Você age pela razão ou emoção?". Isso porque há dois circuitos cerebrais distintos e que são ativados quando julgamos a moralidade. O circuito racional é objetivo, pesa os prós e contras de cada ação. O circuito emocional gera noções rápidas e instintivas sobre o certo e errado.

Será que escolhemos um circuito para nos dizer o que fazer em uma determinada situação? Na verdade, os dois circuitos podem trabalhar juntos para a tomada de decisões, mas nem sempre os dois circuitos chegam a mesma conclusão, porque as emoções tendem a beneficiar a auto preservação e/ou proteger pessoas de quem gostamos.

Vivenciar uma emoção extrema pode ter uma influência significativa, de curto prazo, sobre as áreas do cérebro cruciais para o raciocínio, a inteligência e outros tipos de cognição mais elevada. O transtorno sofrido pelos haitianos pode fazer com que o julgamento social, o certo e errado, o reconhecimento pessoal e a punição, dê lugar ao comportamento instintivo ou natural, como a autoproteção e/ou proteção de entes e amigos queridos. Comportamento este que pode diferir do comportamento racional que é produzido após avaliarmos uma situação, que daria proteção a todas pessoas do mesmo modo.

O comportamento interno reflete o conflito entre a moralidade natural e racional. O limite do humano e da animalidade pela disputa por comida e bebida pela sobrevivência. A luta pelo instinto assim como acontece com os animais. A mudança do corpo por privações de nutrientes refletindo no funcionamento das atividades cerebrais. Tudo prova que a moralidade humana está presente no cérebro, e se desenvolve mais para nos proteger do que para "fazer o bem".

Vídeo da luta pela sobrevivência:
http://tvig.ig.com.br/208865/haiti-sofre-com-a-falta-de-seguranca.htm
Referências: O livro do cérebro; O cérebro e o sistema nervoso central.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O mundo sem epilepsia!!

Museu de Epilepsia Kork - Alemanha

O histórico desconhecimento acerca da fisiopatologia dos fenômenos epilépticos fomentou o surgimento de relatos lendários, ideias preconceituosas e de uma série de expressões artísticas acerca da patologia, geralmente retratada de forma deturpada e pouco científica. Diversas personalidades históricas são relatadas como suspeitos ou portadores de epilepsia. Durante a história, várias pessoas que afirmavam ter revelações, ouvir vozes e ter visões, podem ter sofrido de epilepsia. Em muitos casos, o diagnóstico definitivo jamais pode ser estabelecido, devido à imprecisão clínica e às limitações tecnológicas da época. Temos exemplos de celebridades, que possivelmente eram portadoras de epilepsia, em diversas esferas artísticas e sociais, como por exemplo:

- Vincent van Gogh, um dos mais prestigiados pintores da história, autor de obras clássicas, como “O Grito” e “Os Girassóis”;
- Fiódor Dostoiévski, escritor russo, cujos auto-relatos sobre crises epilépticas se tornaram, antológicos na literatura, através de personagens em seus romances;
- Machado de Assis, a quem muitos consideram como o maior de todos os escritores brasileiros, sendo um dos criadores da cronica no país e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Entre suas obras estão: “O ilusionista” e “Dom Casmurro”;
- Joana d’Arc, heroína e santa padroeira da França. Ouvia vozes divinas, acompanhada de claridade e uma sensação de medo, a qual levou a defender o território francês lutando principalmente contra os ingleses.
- D. Pedro I, foi o primeiro imperador do Brasil, apresentava habilidades artísticas.
- Hércules, herói da mitologia, símbolo do homem em luta contra as forças da natureza.
- Caio Júlio César, Imperador romano, líder militar e político da República romana.
- Napoleão Bonaparte, Imperador francês. Há indícios de que sofria de epilepsia, a qual não impediu visivelmente suas atividades.

Agora, imagine o mundo se não existisse epilepsia. . . Imaginou? Simplesmente essas celebridades deixariam também de existir e a história do mundo seria contada com outras palavras, fatos, lições e vidas.

Para ler sobre cada famoso da figura acesse: http://www.epilepsiemuseum.de/english/prominente.html#text2

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

666 - sescenti sexaginta sex

Imagem de Lúcifer
Catedral Saint-Paul de Liège, Bélgica
Apocalipse 13:18

" Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é número de um homem, e o número é seiscentos e sessenta e seis"

Seis é considerado o mais perfeito número da Antiguidade Clássica e na Idade Média. Na simbologia cristã 6 foram os dias da criação de Deus e representa o número da alma do homem, e é também o número do mal no Apocalipse, o número da besta é 666. A besta apocalíptica é representada por serpente ou dragão adversários do espírito e perversão das qualidades superiores, fonte de tentação e corrupção.

Desde a Antiguidade, o número 6 ocupa um lugar de destaque como número sagrado e era relacionado com as influências do céu, e por isso, dividiram-no em 36 constelações. O número 66 tem relevância na tradição islâmica; simboliza o nome de Alá na simbologia alfa numérica. O número 666 representava o Deus Sol que é um dos nomes usados por Lúcifer (o anjo rebelado contra Deus, o diabo).

Historicamente, a marca 666 foi considerada uma antiga cifra cristã simbolizando uma opressão dos romanos e de seus imperadores. Em grego e em hebraico eram atribuídos valores numéricos às letras segundo o lugar que elas ocupavam no alfabeto, códigos numéricos eram criados, coincidindo o nome de um imperador romano, César Nero, que dizem que foi o primeiro a perseguir os cristãos. Em 66 d.C. estourou uma revolta na Judeia derivada da crescente tensão religiosa entre gregos e judeus.

Todo esse sistema sagrado foi transferido para a matemática e, até hoje, utilizamos o sistema de base 60, que divide o grau e a hora em 60 minutos; o minuto em 60 segundos; e a circunferência em 360 graus.

O livro do Apocalipse capítulo 13, trata de revelações dadas pelo Deus Bíblico, simbolizando o fim deste mundo e o advento de outro. Nos versículos 16 e 17, o autor do Apocalipse estaria associando o uso de um sinal aparente, a marca da Besta, a um controle de escravização do homem, através de um sistema social, político, econômico e religioso. A associação do tipo de marca faz ênfase ao costume comum de se marcar aquilo que lhe é de propriedade.

"E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na mão direita ou na testa, para que ninguém possa comprar ou vender , senão aqueles que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome"

Este texto retrata fatos históricos do número 6 e a associação da marca 666 com o Apocalipse. Quero tomar cuidado em dizer que não é um relato de opiniões de estudiosos do significado do Apocalipse, o que seria muito interessante postar e o farei logo, pois há estudiosos que interpretam o Apocalipse como uma batalha final entre o bem e o mal, uma guerra no futuro em que Satã deixará o ser humano fazer a sua escolha entre Satã ou Deus. Outros estudiosos interpretam que a Besta do Apocalipse era o próprio Imperador Romano, partindo do pressuposto que o livro foi escrito na época da perseguição dos cristãos pelos romanos e por usar o código numérico do nome do imperador. De qualquer forma, o número 666 pode ser símbolo de uma cultura ou pessoa que combata Deus e Sua Igreja.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Dogma cristã: O bem contra o mal.

Biblia Sagrada Virtual

“Eis que o temor do Senhor é a sabedoria e apartar-se do mal é a inteligência”

O sofrimento é resultado direto dos pecados pessoais? A sua intensidade está relacionada com a magnitude do pecado? Jó está sofrendo muito, portanto Jó deve ter pecado gravemente?Considerado uma das mais belas histórias de prova e fé, o Livro de Jó, manuscrito mais antigo da Bíblia, relata outras causas de sofrimento, o sofrimento humano inocente, e evidencia um personagem que está em grande angústia, tanto pelo sofrimento real como pela ignorância da razão do seu sofrimento.

Jó é apresentado como um homem de destacado caráter espiritual. Temia a Deus e repelia o mal. Jó estava preocupado com que seus dez filhos pudessem ter se apartado de Deus em seus corações. A confrontação de Satanás com Deus pretende demonstrar racionalmente a existência e os atributos de Deus. Para isso, usa apenas a razão humana, sem utilizar nenhum registro sagrado. Satã tem o poder de tentar os seres humanos, satã não tem o poder de forçar nenhum ser humano de cometer um pecado, é o ser humano que comete o pecado.

Satanás acusa Jó de possuir uma piedade interesseira e sustenta que se Jó for privado de suas bençãos materiais, ele cessará de servir ao Senhor. O Senhor concede a Satanás poder para retirar tudo o que Jó tem, mas impede-o de ferir a pessoa de Jó. E então, Jó perdeu seus bens e sua família. Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma. Satanás afirma que Jó renunciará ao Senhor uma vez que sua pessoa real tenha sido afetada, Deus permite que Satanás prove a fidelidade de Jó mas que lhe guarde a sua vida. Então saiu Satanás da presença do Senhor, e feriu a Jó de úlceras malignas, desde a planta do pé até ao alto da cabeça.

A sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus, e morre. Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios. Jó relata a admirável capacidade do homem para escavar a terra em busca de tesouros. Apesar da busca inspirada do homem por pedras e metais valiosos, ele é incapaz de "escavar" a sabedoria; de fato, ele não sabe sequer o seu valor. Jó dá evidência da posse de sabedoria por Deus observando as obras ordenadas da natureza e afirma que o homem só pode conhecer a sabedoria como Deus a revela. Quando Jó finalmente se cansou de sofrer, vira para Deus e pergunta "Por que essas coisas estão acontecendo comigo?", então Deus disse a Jó "Você é um ser humano limitado, e todo o bem e o mal você nunca vai entender e a única coisa que podes fazer é rezar e fazer a coisa certa". Por fim, Jó expressa arrependimento por ter questionado Deus e pede perdão. A Jó é dado o dobro do que ele possuia antes de suas provações.

O propósito do ensaio era demonstrar que a presença do mal no mundo não entra em conflito com a bondade de Deus.

sábado, 16 de janeiro de 2010

"Iluminação sem drogas"

Algumas pessoas no Ocidente justificam o consumo de drogas dizendo que em muitas culturas religiosas antigas se tomavam drogas com fins meditativos.

"Acho que as drogas deveriam ser fundamentalmente rejeitadas", diz Sua Santidade o Dalai Lama, em Caminho da sabedoria, caminho da paz. "O desenvolvimento espiritual deve ser obtido por meio da maturidade, e não de influências externas. Uma pessoa que toma drogas perde a capacidade de pensar com clareza. A iluminação interior por que lutamos deve ser obtida por meio de treinamento mental e trabalho diário no aperfeiçoamento interior, e não por meio de narcóticos. Uma pessoa que toma drogas quer escapar dos problemas do dia a dia, em vez de encarar a realidade como ela de fato é. Por isso, equilibrar a natureza humana é muito importante em todas as culturas e sociedades, tanto no que se diz respeito à nossa própria saúde quanto à maneira com que as pessoas convivem umas com as outras. Uma ética básica se aplica aqui, quer a pessoa seja religiosa ou não"

Aquilo tudo o que você resiste, persiste!!
Uma pessoa que use maconha tem como finalidade alcançar um estado diferente do normal. O objetivo de alcançar um estado diferente de percepção sentir-se como num sonho ou para relaxar-se, indica que existe uma deficiência psicológica, uma desestrutura emocional: os problemas externos são muito fortes sendo necessária uma forma de compensação dessa tensão, é preciso se empapuçar para suprir essa desestrutura, ou o indivíduo que fuma maconha está fraco o suficiente para não enfrentar seus problemas naturais. O problema está no comportamento de fuga.

A maconha talvez não encurte a vida de uma pessoa como faz o cigarro, mas certamente compromete a qualidade dos anos vividos e atinge com certeza o comportamento e a personalidade dos usuários. Como efeito imediato há um prejuízo na memória de curto prazo, na amplitude da atenção, na capacidade de recordação e de reter conhecimento. As capacidades motoras também ficam prejudicadas e, em doses mais altas, podem ocorrer descoordenação e desequilíbrio. O álcool aumenta o prejuízo motor.

Um indivíduo de classe social média, saudável, com boa perspectiva de trabalho é o perfil do usuário mais freqüente de uso de maconha. Esses indivíduos acreditam que não têm nada a perder experimentando a maconha. O resultado imediato do uso é positivo: torna-se mais aceito em seu grupo, se beneficia dos efeitos e inicialmente não há prejuízos em nenhuma área de sua vida. Assim sendo para quem não acreditava que não tinha nada a perder passa a ter algo a ganhar: a ligação com o uso passa a ser contínua com a permanente sensação de que pode parar o consumo da maconha quando quiser.

Quando a maconha é uma companheira inseparável ela faz com que as companhias que a rejeitam sejam rejeitadas pelo usuário. Quem rejeita a maconha são as pessoas que enfrentam os problemas e as dificuldades da vida de mente sóbria. Por outro lado, como em todos os grupos sociais, há uma busca pelo semelhante, então o usuário da maconha aceita e é aceito por outros usuários, que também têm por hábito fugir da realidade. A constituição desses grupos reforça a certeza de que consumir maconha é a coisa certa.

Quando um usuário de maconha passa a ter sucesso nos estudos torna-se objeto de referência para o grupo, todos acreditam que se fulano venceu apesar de fumar, cada um pode vencer também e se fracassar não será por causa da maconha. Vencer na vida não é vencer uma só batalha, mas lutar sempre. Essa disposição é incompatível com fumar maconha freqüentemente.

Quando uma pessoa experimenta o sabor da vitória pelo seu próprio esforço tende a deixar o uso da maconha por perceber que a vitória na vida é mais saborosa. Aqueles que alcançam o sucesso e continuam usando a maconha têm muito mais chances de perderem o que conquistaram, do que aqueles que abandonaram o uso substituíram o valor da maconha por outro melhor.

Para ler mais sobre a maconha e outras drogas acesse: http://www.psicosite.com.br/tra/drg/cannabis.htm

Revistas científicas:

Arch Gen Psychiatry –
http://archpsyc.ama-assn.org/cgi/content/full/58/10/909
→ A forma imparcial e confiável de se verificar a vantagem do uso medicinal da maconha é através da pesquisa científica. Um trabalho publicado em julho de 2001 comparando o efeito analgésico da maconha aos demais analgésicos no mercado não encontrou vantagens da introdução da maconha com esse fim.

The Lancethttp://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140673607611623/abstract
→ Maconha pode aumentar o risco de psicose, diz estudo. Usuários de maconha e derivados tem um risco 40% maior de sofrer algum tipo de psicose – como esquizofrenia – do que não usuários, diz especialistas britânicos. No artigo, especialistas também afirmam que até 800 casos de esquizofrenia registrados anualmente na Grã-Bretanha, podem ser ligados ao uso da maconha. Os pesquisadores analisaram 35 estudos sobre a relação da droga com saúde mental.