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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Haiti: A moralidade humana depois do terremoto

United Nations Photo
As placas tectônicas se movimentam lenta e continuamente causando vibração brusca e passageira da superfície da Terra. Este fenômeno é chamado terremoto, que resulta em perda de vidas, ferimentos e altos prejuízos financeiros e sociais, como o desabrigo de populações inteiras, facilitando a proliferação de doenças, fome e a luta pela sobrevivência. Essas palavras descrevem a vida dos haitianos desde a última terça-feira, dia 12, causado por um forte terremoto de nível 7,0 na escala Richter.

Organizações não governamentais (ONG) estavam ajudando a minimizar a pobreza do Haiti antes do terremoto. Hoje, a privação da comida, bebida e de um teto para morar é a realidade nua e crua dos haitianos depois da catástrofe. A sensação anestésica deve ter sido inevitável para essas pessoas, diante dos seus olhos, pedras sobrepostas em montes eram parte de sua história real com pessoas reais.

Inevitável e emocionante é ver tantas pessoas sofrendo as consequências da evolução da Terra e a generosidade humana para com elas. O mundo conheceu um Haiti que era ajudado por tantas pessoas e agora mais do que nunca precisa do coração de cada um, seja rezando ou doando. A emoção toma conta da mente e uma mudança acontece dentro de nós, principalmente para quem viveu esta tragédia. Pessoas lutam por um espaço, saqueiam casas, brigam por comida e até pela água não potável da rua. A moralidade humana depois do terremoto continua a mesma para os haitianos? O que muda no corpo e na mente com todas essas privações?

As células consomem nutrientes para produzir a energia que o corpo necessita para viver. A ingestão de pães, cereais, legumes e frutas fornecem carboidratos, amido e açúcares para o nosso corpo que se transformam em glicose, o açúcar simples que o corpo humano utiliza para se ter energia. O laticínios, ovos, carnes e óleos contém gordura que levam as vitaminas até as células protegendo os órgãos internos e armazenando energia. As proteínas provenientes de carnes, peixes, leite e os grãos é o principal componente da pele, músculos, ossos e são necessárias para o crescimento e manutenção de todas as células do corpo humano. Além desse conhecimento nutricional, o consumo desses alimentos garantem o bom funcionamento da atividade mental.

Pessoas normais, que cresceram em um ambiente adequado, desenvolvem um sentido instintivo do que é certo ou errado - é o que diz o Livro do Cérebro - e que demonstra ao menos em parte estar programado no cérebro. Essa programação parece estar relacionada com a autopreservação. Quem nunca perguntou: "Você age pela razão ou emoção?". Isso porque há dois circuitos cerebrais distintos e que são ativados quando julgamos a moralidade. O circuito racional é objetivo, pesa os prós e contras de cada ação. O circuito emocional gera noções rápidas e instintivas sobre o certo e errado.

Será que escolhemos um circuito para nos dizer o que fazer em uma determinada situação? Na verdade, os dois circuitos podem trabalhar juntos para a tomada de decisões, mas nem sempre os dois circuitos chegam a mesma conclusão, porque as emoções tendem a beneficiar a auto preservação e/ou proteger pessoas de quem gostamos.

Vivenciar uma emoção extrema pode ter uma influência significativa, de curto prazo, sobre as áreas do cérebro cruciais para o raciocínio, a inteligência e outros tipos de cognição mais elevada. O transtorno sofrido pelos haitianos pode fazer com que o julgamento social, o certo e errado, o reconhecimento pessoal e a punição, dê lugar ao comportamento instintivo ou natural, como a autoproteção e/ou proteção de entes e amigos queridos. Comportamento este que pode diferir do comportamento racional que é produzido após avaliarmos uma situação, que daria proteção a todas pessoas do mesmo modo.

O comportamento interno reflete o conflito entre a moralidade natural e racional. O limite do humano e da animalidade pela disputa por comida e bebida pela sobrevivência. A luta pelo instinto assim como acontece com os animais. A mudança do corpo por privações de nutrientes refletindo no funcionamento das atividades cerebrais. Tudo prova que a moralidade humana está presente no cérebro, e se desenvolve mais para nos proteger do que para "fazer o bem".

Vídeo da luta pela sobrevivência:
http://tvig.ig.com.br/208865/haiti-sofre-com-a-falta-de-seguranca.htm
Referências: O livro do cérebro; O cérebro e o sistema nervoso central.

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