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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Livro diz que falta prevenção contra desastres no Brasil



Deslizamento de terra - 8 Dez 2009
Foto de Alexandre Vieira








Deslizamento de terra e enchentes é cenário que se repetem a cada ano no Brasil e é o tema de maior destaque na mídia, ultimamente. A intensidade dos fenômenos naturais é apontado como o principal e, muitas vezes, como o único fator atribuído a esses desastres. Estudos realizados pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Sociais em Desastres (Neped), do Departamento de Sociologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), constataram que não há, no Brasil, uma cultura relacionada à prevenção e à proteção civil em relação a desastres.

O livro Sociologia dos Desastres: construção, interfaces e perspectivas no Brasil reúne esses estudos realizados no Neped desde 2003 e artigos de 12 especialistas diferentes. O livro tem o objetivo de contribuir para o aperfeiçoamento do Sistema Nacional de Defesa Civil. A reportagem é da revista Fapesp de hoje, 26/01, que tem o título: "Rotina desastrosa".

Recentemente, os desastres ocorridos em Angra dos Reis é um exemplo atual de uma constatação feita pelos especialistas no livro: os órgãos públicos têm dificuldades para reagir aos desastres, segundo Mariana Siena, uma das pesquisadoras do grupo, "se houvesse prevenção, a espacialização da população não geraria desastres. Se há fatores que caracterizam ameaça, é preciso preparar a população. E, após o resgate, é preciso buscar maneiras de reabilitar a população imediatamente e fazer uma reconstrução resiliente", ressalta. "As lições aprendidas com as falhas na prevenção quase nunca são incorporadas”, afirmou Mariana.

Os desastres relacionados a chuva e a seca atingem 25% dos municípios brasileiros. Os estudos do grupo observaram que os mesmos locais e as mesmas famílias haviam sido atingidas diversas vezes nos últimos sete anos. Imaginamos que somente a população pobre é atingida, por causa da vulnerabilidade desses indivíduos, mas o desastre acontece com todos, pobres e ricos, a diferença é que os ricos tem facilidade de erguer novamente o que foi destruído e garantir medidas de prevenção por possuir um poder aquisitivo maior do que a população pobre que não tem tempo de se recuperar e logo são atingidos novamente.

Esses grupos são submetidos a um expressivo sofrimento social em situações de desastre. Na maioria dos casos, essas vulnerabilidades se combinam com políticas sociais precárias", ressalta Mariana. O livro é dividido em quatro seções, as dimensões sociais da vulnerabilidade são abordadas na segunda parte do livro. A primeira trata de políticas institucionais da defesa civil, a terceira discute o tema “Educação para redução de desastres” e a última seção, a única que trata estudos feitos fora do Brasil, avalia os impactos das mudanças climáticas sobre países do continente Africano.

Sociologia dos Desastres: construção, interfaces e perspectivas no Brasil
Autor: Norma Valêncio e outros
Lançamento: 2010
Preço: Distribuição gratuita (é só clicar no nome do livro no texto)
Páginas: 268

Reportagem Fapesp: http://www.agencia.fapesp.br/materia/11675/rotina-desastrosa.htm

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Intolerância religiosa

Tradição africana brasileira

Dia 21 de janeiro, dia Mundial da Religião e dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Data que marca o falecimento da Mãe Gilda, yalorixá do Terreiro Abassá de Ogum, vítima de um infarto depois da invasão e destruição ao seu templo religioso por crentes que se diziam evangélicos, os quais a acusavam de charlatanismo.

Durante séculos, as religiões de matrizes africanas* foram estigmatizadas por falta de informação, preconceito e crenças. Infelizmente, a interpretação e avaliação da tradição africana que começam em locais específicos, ou práticas, que então são generalizadas sem uma razão válida, se limita a sobreviver nos dias de hoje. O processo de reinterpretação dessas religiões começaram há aproximadamente sessenta anos. Antes tarde do que nunca para inverter o estigma que a rodeia. "Os africanos tradicionalmente são vistos como selvagens e irracionais, particularmente no Brasil, país de vasta trajetória escravista e que durante muito tempo rejeitou o legado das diversas culturas negras que por aqui aportaram", fato histórico que possa dificultar o processo de cicatrização.

A doutrina filosófica que defende e promove a separação do Estado das igrejas e comunidades religiosas, assim como a neutralidade do Estado em matéria religiosa é chamada de laicismo. Os valores primaciais do laicismo são a liberdade de consciência, a igualdade entre cidadãos em matéria religiosa, e a origem humana e democraticamente estabelecida das leis do Estado. A religião pode não interferir diretamente na política, como é o caso dos países ocidentais ou a religião tem papel ativo na política e até mesmo na constituição, como é o caso do Vaticano.

"Não se deve confundir a laicidade do Estado com a neutralidade e a cegueira diante das injustiças cometidas contra as religiões no país". A mídia retrata poucos casos de conflitos violentos entre membros de determinadas Igrejas e outras culturas religiosas no Brasil, mas se buscarmos profundamente encontramos as referências. É importante ressaltar e diferenciar pessoas que se consideram líderes religiosos e inventam suas crenças que ridicularizam qualquer doutrina séria dos verdadeiros líderes.

A diversidade de dogmas e culturas tem como base a crença de uma força maior sobrenatural, criador do Universo. Cada religião define suas doutrinas de acordo com sua crença, peculiaridade e riqueza cultural. Uma religião não deve ser concorrente da outra, pois elas são complementares porque surgiram para tentar responder a uma série de perguntas que sempre estiveram presentes ao longo de nossa história. O dia nacional da intolerância religiosa vem nos alertar a importância do respeito e paz entre as religiões.


*As religiões tradicionais africanas envolvem ensinamentos, práticas e rituais que fazem a estrutura das sociedades nativas africanas, refletem concepções locais de Deus e do cosmos. Não acreditam em demônios e seres malignos. Tem consciência de que o homem é inspiração de Deus e tem a capacidade para fazer tanto o bem como o mal. Acreditam na existência de um Criador.


Para ler mais sobre:

Tradição religiosa africana: http://www.ifatola.com/

Reportagens sobre a legalização de terreiros: http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,para-umbandista-governo-usa-religiao-como-propaganda,499324,0.htm e http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100121/not_imp498975,0.php

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Haiti: A moralidade humana depois do terremoto

United Nations Photo
As placas tectônicas se movimentam lenta e continuamente causando vibração brusca e passageira da superfície da Terra. Este fenômeno é chamado terremoto, que resulta em perda de vidas, ferimentos e altos prejuízos financeiros e sociais, como o desabrigo de populações inteiras, facilitando a proliferação de doenças, fome e a luta pela sobrevivência. Essas palavras descrevem a vida dos haitianos desde a última terça-feira, dia 12, causado por um forte terremoto de nível 7,0 na escala Richter.

Organizações não governamentais (ONG) estavam ajudando a minimizar a pobreza do Haiti antes do terremoto. Hoje, a privação da comida, bebida e de um teto para morar é a realidade nua e crua dos haitianos depois da catástrofe. A sensação anestésica deve ter sido inevitável para essas pessoas, diante dos seus olhos, pedras sobrepostas em montes eram parte de sua história real com pessoas reais.

Inevitável e emocionante é ver tantas pessoas sofrendo as consequências da evolução da Terra e a generosidade humana para com elas. O mundo conheceu um Haiti que era ajudado por tantas pessoas e agora mais do que nunca precisa do coração de cada um, seja rezando ou doando. A emoção toma conta da mente e uma mudança acontece dentro de nós, principalmente para quem viveu esta tragédia. Pessoas lutam por um espaço, saqueiam casas, brigam por comida e até pela água não potável da rua. A moralidade humana depois do terremoto continua a mesma para os haitianos? O que muda no corpo e na mente com todas essas privações?

As células consomem nutrientes para produzir a energia que o corpo necessita para viver. A ingestão de pães, cereais, legumes e frutas fornecem carboidratos, amido e açúcares para o nosso corpo que se transformam em glicose, o açúcar simples que o corpo humano utiliza para se ter energia. O laticínios, ovos, carnes e óleos contém gordura que levam as vitaminas até as células protegendo os órgãos internos e armazenando energia. As proteínas provenientes de carnes, peixes, leite e os grãos é o principal componente da pele, músculos, ossos e são necessárias para o crescimento e manutenção de todas as células do corpo humano. Além desse conhecimento nutricional, o consumo desses alimentos garantem o bom funcionamento da atividade mental.

Pessoas normais, que cresceram em um ambiente adequado, desenvolvem um sentido instintivo do que é certo ou errado - é o que diz o Livro do Cérebro - e que demonstra ao menos em parte estar programado no cérebro. Essa programação parece estar relacionada com a autopreservação. Quem nunca perguntou: "Você age pela razão ou emoção?". Isso porque há dois circuitos cerebrais distintos e que são ativados quando julgamos a moralidade. O circuito racional é objetivo, pesa os prós e contras de cada ação. O circuito emocional gera noções rápidas e instintivas sobre o certo e errado.

Será que escolhemos um circuito para nos dizer o que fazer em uma determinada situação? Na verdade, os dois circuitos podem trabalhar juntos para a tomada de decisões, mas nem sempre os dois circuitos chegam a mesma conclusão, porque as emoções tendem a beneficiar a auto preservação e/ou proteger pessoas de quem gostamos.

Vivenciar uma emoção extrema pode ter uma influência significativa, de curto prazo, sobre as áreas do cérebro cruciais para o raciocínio, a inteligência e outros tipos de cognição mais elevada. O transtorno sofrido pelos haitianos pode fazer com que o julgamento social, o certo e errado, o reconhecimento pessoal e a punição, dê lugar ao comportamento instintivo ou natural, como a autoproteção e/ou proteção de entes e amigos queridos. Comportamento este que pode diferir do comportamento racional que é produzido após avaliarmos uma situação, que daria proteção a todas pessoas do mesmo modo.

O comportamento interno reflete o conflito entre a moralidade natural e racional. O limite do humano e da animalidade pela disputa por comida e bebida pela sobrevivência. A luta pelo instinto assim como acontece com os animais. A mudança do corpo por privações de nutrientes refletindo no funcionamento das atividades cerebrais. Tudo prova que a moralidade humana está presente no cérebro, e se desenvolve mais para nos proteger do que para "fazer o bem".

Vídeo da luta pela sobrevivência:
http://tvig.ig.com.br/208865/haiti-sofre-com-a-falta-de-seguranca.htm
Referências: O livro do cérebro; O cérebro e o sistema nervoso central.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O mundo sem epilepsia!!

Museu de Epilepsia Kork - Alemanha

O histórico desconhecimento acerca da fisiopatologia dos fenômenos epilépticos fomentou o surgimento de relatos lendários, ideias preconceituosas e de uma série de expressões artísticas acerca da patologia, geralmente retratada de forma deturpada e pouco científica. Diversas personalidades históricas são relatadas como suspeitos ou portadores de epilepsia. Durante a história, várias pessoas que afirmavam ter revelações, ouvir vozes e ter visões, podem ter sofrido de epilepsia. Em muitos casos, o diagnóstico definitivo jamais pode ser estabelecido, devido à imprecisão clínica e às limitações tecnológicas da época. Temos exemplos de celebridades, que possivelmente eram portadoras de epilepsia, em diversas esferas artísticas e sociais, como por exemplo:

- Vincent van Gogh, um dos mais prestigiados pintores da história, autor de obras clássicas, como “O Grito” e “Os Girassóis”;
- Fiódor Dostoiévski, escritor russo, cujos auto-relatos sobre crises epilépticas se tornaram, antológicos na literatura, através de personagens em seus romances;
- Machado de Assis, a quem muitos consideram como o maior de todos os escritores brasileiros, sendo um dos criadores da cronica no país e um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Entre suas obras estão: “O ilusionista” e “Dom Casmurro”;
- Joana d’Arc, heroína e santa padroeira da França. Ouvia vozes divinas, acompanhada de claridade e uma sensação de medo, a qual levou a defender o território francês lutando principalmente contra os ingleses.
- D. Pedro I, foi o primeiro imperador do Brasil, apresentava habilidades artísticas.
- Hércules, herói da mitologia, símbolo do homem em luta contra as forças da natureza.
- Caio Júlio César, Imperador romano, líder militar e político da República romana.
- Napoleão Bonaparte, Imperador francês. Há indícios de que sofria de epilepsia, a qual não impediu visivelmente suas atividades.

Agora, imagine o mundo se não existisse epilepsia. . . Imaginou? Simplesmente essas celebridades deixariam também de existir e a história do mundo seria contada com outras palavras, fatos, lições e vidas.

Para ler sobre cada famoso da figura acesse: http://www.epilepsiemuseum.de/english/prominente.html#text2

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

666 - sescenti sexaginta sex

Imagem de Lúcifer
Catedral Saint-Paul de Liège, Bélgica
Apocalipse 13:18

" Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é número de um homem, e o número é seiscentos e sessenta e seis"

Seis é considerado o mais perfeito número da Antiguidade Clássica e na Idade Média. Na simbologia cristã 6 foram os dias da criação de Deus e representa o número da alma do homem, e é também o número do mal no Apocalipse, o número da besta é 666. A besta apocalíptica é representada por serpente ou dragão adversários do espírito e perversão das qualidades superiores, fonte de tentação e corrupção.

Desde a Antiguidade, o número 6 ocupa um lugar de destaque como número sagrado e era relacionado com as influências do céu, e por isso, dividiram-no em 36 constelações. O número 66 tem relevância na tradição islâmica; simboliza o nome de Alá na simbologia alfa numérica. O número 666 representava o Deus Sol que é um dos nomes usados por Lúcifer (o anjo rebelado contra Deus, o diabo).

Historicamente, a marca 666 foi considerada uma antiga cifra cristã simbolizando uma opressão dos romanos e de seus imperadores. Em grego e em hebraico eram atribuídos valores numéricos às letras segundo o lugar que elas ocupavam no alfabeto, códigos numéricos eram criados, coincidindo o nome de um imperador romano, César Nero, que dizem que foi o primeiro a perseguir os cristãos. Em 66 d.C. estourou uma revolta na Judeia derivada da crescente tensão religiosa entre gregos e judeus.

Todo esse sistema sagrado foi transferido para a matemática e, até hoje, utilizamos o sistema de base 60, que divide o grau e a hora em 60 minutos; o minuto em 60 segundos; e a circunferência em 360 graus.

O livro do Apocalipse capítulo 13, trata de revelações dadas pelo Deus Bíblico, simbolizando o fim deste mundo e o advento de outro. Nos versículos 16 e 17, o autor do Apocalipse estaria associando o uso de um sinal aparente, a marca da Besta, a um controle de escravização do homem, através de um sistema social, político, econômico e religioso. A associação do tipo de marca faz ênfase ao costume comum de se marcar aquilo que lhe é de propriedade.

"E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na mão direita ou na testa, para que ninguém possa comprar ou vender , senão aqueles que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome"

Este texto retrata fatos históricos do número 6 e a associação da marca 666 com o Apocalipse. Quero tomar cuidado em dizer que não é um relato de opiniões de estudiosos do significado do Apocalipse, o que seria muito interessante postar e o farei logo, pois há estudiosos que interpretam o Apocalipse como uma batalha final entre o bem e o mal, uma guerra no futuro em que Satã deixará o ser humano fazer a sua escolha entre Satã ou Deus. Outros estudiosos interpretam que a Besta do Apocalipse era o próprio Imperador Romano, partindo do pressuposto que o livro foi escrito na época da perseguição dos cristãos pelos romanos e por usar o código numérico do nome do imperador. De qualquer forma, o número 666 pode ser símbolo de uma cultura ou pessoa que combata Deus e Sua Igreja.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Dogma cristã: O bem contra o mal.

Biblia Sagrada Virtual

“Eis que o temor do Senhor é a sabedoria e apartar-se do mal é a inteligência”

O sofrimento é resultado direto dos pecados pessoais? A sua intensidade está relacionada com a magnitude do pecado? Jó está sofrendo muito, portanto Jó deve ter pecado gravemente?Considerado uma das mais belas histórias de prova e fé, o Livro de Jó, manuscrito mais antigo da Bíblia, relata outras causas de sofrimento, o sofrimento humano inocente, e evidencia um personagem que está em grande angústia, tanto pelo sofrimento real como pela ignorância da razão do seu sofrimento.

Jó é apresentado como um homem de destacado caráter espiritual. Temia a Deus e repelia o mal. Jó estava preocupado com que seus dez filhos pudessem ter se apartado de Deus em seus corações. A confrontação de Satanás com Deus pretende demonstrar racionalmente a existência e os atributos de Deus. Para isso, usa apenas a razão humana, sem utilizar nenhum registro sagrado. Satã tem o poder de tentar os seres humanos, satã não tem o poder de forçar nenhum ser humano de cometer um pecado, é o ser humano que comete o pecado.

Satanás acusa Jó de possuir uma piedade interesseira e sustenta que se Jó for privado de suas bençãos materiais, ele cessará de servir ao Senhor. O Senhor concede a Satanás poder para retirar tudo o que Jó tem, mas impede-o de ferir a pessoa de Jó. E então, Jó perdeu seus bens e sua família. Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma. Satanás afirma que Jó renunciará ao Senhor uma vez que sua pessoa real tenha sido afetada, Deus permite que Satanás prove a fidelidade de Jó mas que lhe guarde a sua vida. Então saiu Satanás da presença do Senhor, e feriu a Jó de úlceras malignas, desde a planta do pé até ao alto da cabeça.

A sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus, e morre. Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios. Jó relata a admirável capacidade do homem para escavar a terra em busca de tesouros. Apesar da busca inspirada do homem por pedras e metais valiosos, ele é incapaz de "escavar" a sabedoria; de fato, ele não sabe sequer o seu valor. Jó dá evidência da posse de sabedoria por Deus observando as obras ordenadas da natureza e afirma que o homem só pode conhecer a sabedoria como Deus a revela. Quando Jó finalmente se cansou de sofrer, vira para Deus e pergunta "Por que essas coisas estão acontecendo comigo?", então Deus disse a Jó "Você é um ser humano limitado, e todo o bem e o mal você nunca vai entender e a única coisa que podes fazer é rezar e fazer a coisa certa". Por fim, Jó expressa arrependimento por ter questionado Deus e pede perdão. A Jó é dado o dobro do que ele possuia antes de suas provações.

O propósito do ensaio era demonstrar que a presença do mal no mundo não entra em conflito com a bondade de Deus.

sábado, 16 de janeiro de 2010

"Iluminação sem drogas"

Algumas pessoas no Ocidente justificam o consumo de drogas dizendo que em muitas culturas religiosas antigas se tomavam drogas com fins meditativos.

"Acho que as drogas deveriam ser fundamentalmente rejeitadas", diz Sua Santidade o Dalai Lama, em Caminho da sabedoria, caminho da paz. "O desenvolvimento espiritual deve ser obtido por meio da maturidade, e não de influências externas. Uma pessoa que toma drogas perde a capacidade de pensar com clareza. A iluminação interior por que lutamos deve ser obtida por meio de treinamento mental e trabalho diário no aperfeiçoamento interior, e não por meio de narcóticos. Uma pessoa que toma drogas quer escapar dos problemas do dia a dia, em vez de encarar a realidade como ela de fato é. Por isso, equilibrar a natureza humana é muito importante em todas as culturas e sociedades, tanto no que se diz respeito à nossa própria saúde quanto à maneira com que as pessoas convivem umas com as outras. Uma ética básica se aplica aqui, quer a pessoa seja religiosa ou não"

Aquilo tudo o que você resiste, persiste!!
Uma pessoa que use maconha tem como finalidade alcançar um estado diferente do normal. O objetivo de alcançar um estado diferente de percepção sentir-se como num sonho ou para relaxar-se, indica que existe uma deficiência psicológica, uma desestrutura emocional: os problemas externos são muito fortes sendo necessária uma forma de compensação dessa tensão, é preciso se empapuçar para suprir essa desestrutura, ou o indivíduo que fuma maconha está fraco o suficiente para não enfrentar seus problemas naturais. O problema está no comportamento de fuga.

A maconha talvez não encurte a vida de uma pessoa como faz o cigarro, mas certamente compromete a qualidade dos anos vividos e atinge com certeza o comportamento e a personalidade dos usuários. Como efeito imediato há um prejuízo na memória de curto prazo, na amplitude da atenção, na capacidade de recordação e de reter conhecimento. As capacidades motoras também ficam prejudicadas e, em doses mais altas, podem ocorrer descoordenação e desequilíbrio. O álcool aumenta o prejuízo motor.

Um indivíduo de classe social média, saudável, com boa perspectiva de trabalho é o perfil do usuário mais freqüente de uso de maconha. Esses indivíduos acreditam que não têm nada a perder experimentando a maconha. O resultado imediato do uso é positivo: torna-se mais aceito em seu grupo, se beneficia dos efeitos e inicialmente não há prejuízos em nenhuma área de sua vida. Assim sendo para quem não acreditava que não tinha nada a perder passa a ter algo a ganhar: a ligação com o uso passa a ser contínua com a permanente sensação de que pode parar o consumo da maconha quando quiser.

Quando a maconha é uma companheira inseparável ela faz com que as companhias que a rejeitam sejam rejeitadas pelo usuário. Quem rejeita a maconha são as pessoas que enfrentam os problemas e as dificuldades da vida de mente sóbria. Por outro lado, como em todos os grupos sociais, há uma busca pelo semelhante, então o usuário da maconha aceita e é aceito por outros usuários, que também têm por hábito fugir da realidade. A constituição desses grupos reforça a certeza de que consumir maconha é a coisa certa.

Quando um usuário de maconha passa a ter sucesso nos estudos torna-se objeto de referência para o grupo, todos acreditam que se fulano venceu apesar de fumar, cada um pode vencer também e se fracassar não será por causa da maconha. Vencer na vida não é vencer uma só batalha, mas lutar sempre. Essa disposição é incompatível com fumar maconha freqüentemente.

Quando uma pessoa experimenta o sabor da vitória pelo seu próprio esforço tende a deixar o uso da maconha por perceber que a vitória na vida é mais saborosa. Aqueles que alcançam o sucesso e continuam usando a maconha têm muito mais chances de perderem o que conquistaram, do que aqueles que abandonaram o uso substituíram o valor da maconha por outro melhor.

Para ler mais sobre a maconha e outras drogas acesse: http://www.psicosite.com.br/tra/drg/cannabis.htm

Revistas científicas:

Arch Gen Psychiatry –
http://archpsyc.ama-assn.org/cgi/content/full/58/10/909
→ A forma imparcial e confiável de se verificar a vantagem do uso medicinal da maconha é através da pesquisa científica. Um trabalho publicado em julho de 2001 comparando o efeito analgésico da maconha aos demais analgésicos no mercado não encontrou vantagens da introdução da maconha com esse fim.

The Lancethttp://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140673607611623/abstract
→ Maconha pode aumentar o risco de psicose, diz estudo. Usuários de maconha e derivados tem um risco 40% maior de sofrer algum tipo de psicose – como esquizofrenia – do que não usuários, diz especialistas britânicos. No artigo, especialistas também afirmam que até 800 casos de esquizofrenia registrados anualmente na Grã-Bretanha, podem ser ligados ao uso da maconha. Os pesquisadores analisaram 35 estudos sobre a relação da droga com saúde mental.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Café previne alzheimer?



Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que acomete inicialmente a parte do cérebro que controla a memória, o raciocínio e a linguagem, mas pode atingir outras regiões, comprometendo outras funções. A prevalência (casos já existentes) e incidência (casos novos) aumentam dramaticamente com a idade. Dado do IBGE, de 2000, estima-se a prevalência da doença de Alzheimer em nosso meio em 1 milhão e 200 mil de pacientes, com a incidência de 100 mil novos casos por ano.

Informações sobre Alzheimer é pouco explorado na mídia, com algumas exceções, em relação a sua importância, fatores de risco, patologia, tratamento e genética. Vários estudos reunidos em um artigo de divulgação científica da Agência FAPESP, do dia 6/7/2009, indicam que o uso de cafeína leva a redução de níveis anormais de placas amiloides, depósitos de proteínas que bloqueiam e matam neurônios do cérebro e são característicos da doença.

O interessante do artigo é que mostra estudos com camundongos e humanos realizados nos últimos anos que relatam associação da administração da cafeína em idosos sem sinais de demência.

Interesses em aprofundar os potenciais da cafeína tanto na prevenção quanto no tratamento da doença foram despertados por diversos grupos de pesquisadores a partir de um estudo realizado há alguns anos em Portugal. O estudo inicial relata que o consumo de café durante 20 anos por pessoas sem a doença foi maior do que pessoas com Alzheimer.

O trabalho principal relatado no artigo é com camundongos, mas os resultados foram tão positivos que os cientistas esperam começar em breve testes em humanos.

O trabalho consiste na divisão de dois grupos de camundongos geneticamente alterados para desenvolver problemas de memória, simulando Alzheimer, à medida que envelheciam, um dos quais passou a receber café junto com a água que bebiam, o equivalente a dois cafés expressos. O resultado deste grupo obteve melhor resultado do que o outro grupo que não ingeriu café, mostrando que houve uma redução de quase 50% nos níveis de beta-amiloide no cérebro. A redução da quantidade de enzimas necessárias para a produção de beta-amiloide aparentemente restaurou a memória deste grupo que ingeriu cafeína.

No início do texto podemos ver que “o consumo do café é seguro para a maioria das pessoas pois entra facilmente no cérebro e aparentemente afeta diretamente o processo da doença”, sugerindo que o seu uso pode ser usado como uma medida preventiva, assim como no tratamento do Alzheimer.

Temos que ter em mente que esses experimentos ainda não foram realizados com humanos e também não foi informado a quantidade de café que se pode ingerir sem cometer excessos. Mas sabemos que, ultimamente, o uso do café vem sido associado com benefícios aos funcionamento cerebral. Sendo assim, que tal tomarmos um cafezinho?


Resenha do artigo da Agência Fapesp: http://www.agencia.fapesp.br/materia/10733/divulgacao-cientifica/cafe-contra-alzheimer.htm

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

O que é Carma? O budismo explica.

Templo Budista em Três Coroas - RS

Para os budistas, o conceito de carma se refere à consequência cármica e não ao ato em si, como acredita o espiritismo (ver Visão da epilepsia pelo espiritismo). Lama Padma Samtem, em A ciência e a Mente, diz: “A cultura budista se desenvolveu em condições completamente diferentes das nossas e ela se desenvolveu a partir da investigação da própria mente”.
Nos templos budistas que seguem a linha tibetana, há o pensamento de que “quanto maior a bondade de uma pessoa, maiores as suas expectativas. Quanto maior a negatividade de uma pessoa, maior o seu sofrimento e dor. A realidade atual do nosso dia a dia é o resultado cármico dos nossos pensamentos, palavras e atos, nesta vida e em vidas passadas”, segundo Chagdud Tulku Rinpoche em Portões da Prática Budista.

A doença é um carma negativo resultante de uma vida passada, ou seja, marcas deixadas em nossa mente por ações negativas que praticamos em outras vidas.
“Uma vez que tenhamos cometido uma ação negativa, a menos que ela venha a ser purificada – a purificação é compreender os erros passados e modificar a mente que planta as sementes do sofrimento – viveremos as suas consequências” diz Rinpoche.

Lama Padma diz:
Atma, o mundo interno, se encontrando com Dharma, o mundo externo”.

Rinpoche explica que o ritual do jejum por dias é uma prática de purificação muito forte do carma que resultara em sua doença. A purificação das negatividades de nossa mente é um dos efeitos mais importantes da cura. A fé não é algo que possamos simplesmente ter ou querer, temos que ter uma predisposição cármica para a fé e confiança no Dharma (ensinamentos do Buda).

Na prática do budismo é natural buscar e seguir as orientações dos médicos para o tratamento de doenças, ao mesmo tempo em que devemos fortalecer a prática da fé.

Roda de Orações

Lembre-se: Todas as pessoas, de todas as religiões, que apresentarem alguma patologia no decorrer da vida deverão ser encaminhados ao médico e seguir os tratamentos adequados para uma melhor qualidade de vida.

A visão da Epilepsia pelo Espiritismo.

Mangue Seco - SE
A ciência e a espiritualidade podem esclarecer a epilepsia como a existência de múltiplas enfermidades para as desarmonias do corpo, e há inúmeras outras para os desvios da alma: “O fenômeno epileptóide muito raramente ocorre por meras alterações no encéfalo, como sejam as que procedem de golpes na cabeça, e, geralmente é enfermidade da alma, independente do corpo físico que apenas registra, nesse caso, as ações reflexas” - citação do livro O mundo maior, escrito pelo espírito de André Luiz (médico), psicografado por Francisco Cândido Xavier, que interpreta a epilepsia como questão psíquica.

Os distúrbios psíquicos são analisados a partir do plano espiritual, trazendo-nos a abalizada opinião de espíritos especialistas (instrutores espirituais). Para o espiritismo, o reflexo condicionado, como o abuso do álcool, da mediunidade e da sexualidade, pode gerar o sentimento de lesão da pessoa e afetar aqueles que foram envolvidos naquela situação, criando um campo de culpa que atrai o obsessor. A atração do obsessor depende do grau de comprometimento da lesão a si próprio e aos envolvidos, mesmo que o obsessor não esteja presente.

Os reflexos da vida passada repercutem no corpo físico de hoje, no ponto de vista espiritual, para o qual há dois tipos de epilepsia: uma funcional, em que não existe lesão anatômica; e outra de difícil controle, em que há presença do obsessor e lesão maior de culpa. O livro dos espíritos, Alan Kardec, afirma: “Sem dúvida que esses são os verdadeiros possessos (...) isto nunca ocorre sem que aquele consinta, quer por sua fraqueza quer por desejo; muitos epilépticos ou loucos, que mais necessitavam de médicos que de exorcismos, têm sido tomados por possessos”. O texto refere-se a relatos do Evangelho de Lucas e Marcos que tratariam da existência de quadros epilépticos secundários à ação de obsessores desencarnados. A obra de Kardec esclarece que existem quadros de epilepsia não secundários à interferência espiritual e ligados à postura cármica das doenças.

Embora Allan Kardec não tenha usado em momento algum a palavra carma, na visão espírita, cada ser humano é um espírito imortal encarnado que herda o carma bom ou mau de suas encarnações anteriores. O médico Bezerra de Menezes, em Recordações da mediunidade, psicografado pela médium Yvone Pereira, conta um caso de epilepsia que foi ocasionado pelo suicídio em vida passada: “As convulsões nada mais são do que vínculos mentais revivendo o passado (zona de remorso)”. A zona de remorso é caracterizada por um estado anormal criado pela mente por falta de oportunidade de desabafo ou correção daquela falta grave, que fica calcada no espírito, provocando distonias diversas de uma encarnação para outra, explica o espírito André Luiz, em Evolução em Dois Mundos.

A palavra carma significa ação e designa o nível de evolução espiritual de cada pessoa, buscando melhorar o nível espiritual para atingir estados evolutivos mais elevados. Já para os budistas, o conceito de carma se refere à consequência cármica e não ao ato em si. (ver O que é Carma? O Budismo explica.)

Alguns espíritas retardam o encaminhamento de pessoas com epilepsia para os neurologistas por acreditar que aquela manifestação é puramente mediúnica, assim, o uso de águas fortificantes e a terapia espiritual, que deve ser com vibrações, preces, palestras, pois ouvem e entendem o passe, auxiliam todo o processo de melhora. Outros espíritas acreditam que o uso de remédios para buscar o equilíbrio do corpo, juntamente com a religião tem como resultado um tratamento melhor da epilepsia.

Lembre-se: Todas as pessoas, de todas as religiões, que apresentarem alguma patologia no decorrer da vida deverão ser encaminhados ao médico e seguir os tratamentos adequados para uma melhor qualidade de vida.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O que o Apóstolo São Paulo e heroína Joana D'Arc tem em comum?

Atos 22: 6-11

“E Paulo disse ainda: Eu estava viajando, já perto de Damasco e era mais ou menos meio dia. De repente, uma grande luz que vinha do céu brilhou em volta de mim (...) Os homens que viajavam comigo viram a luz, porém não ouviram a voz de quem estava falando comigo (...) Aquela luz brilhante me deixou cego”

Esse fato descrito na Bíblia, a luz brilhante que cegou São Paulo no deserto de Damasco e deixou-o sem enxergar por três dias foi atribuída a uma crise do lobo temporal por pesquisadores neurologistas. Outro fato histórico acontece com Joana d’Arc, heroína e santa padroeira da França, ouvia vozes divinas, acompanhada de claridade e uma sensação de medo:

“Tinha cartoze anos quando ouvi a voz de Deus solicitando meu auxílio. Na primeira vez que escutei esta Voz, fiquei muito amedrontada; era meio dia de um dia de verão (...) Ouvi esta Voz à minha direita, em direção a igreja; raramente a ouvi sem ser acompanhada de uma luz, que vinha do mesmo lado da Voz”

Suas sensações de êxtase, medo intenso, alucinações visuais e auditivas eram semelhantes às do apóstolo Paulo. Mas naquela época, era interpretada como bruxaria, e então, ela foi considerada como herege e condenada à fogueira, em 1431 e, cinco séculos depois, a Igreja Católica a beatifica e, mais tarde, é declarada santa.

Nos dias de hoje, há vários relatos de pessoas com epilepsia do lobo temporal que apresentam religiosidade exacerbada, ou seja, interesses por figuras místicas, religiosas, que rezam várias vezes ao dia e caminham para a igreja pela primeira vez ou com uma maior frequência do que faziam antes de terem as crises. Esse intenso êxtase religioso é experimentado apenas por pessoas que possuem epilepsia do lobo temporal durante as crises e também no período entre as crises. Outra condição neurológica, a esquizofrenia não apresenta sequer nenhuma dessas alucinações visuais ou auditivas.

Pessoas com epilepsia no lobo temporal seriam privilegiadas por ouvirem Deus e por relatarem experiências jamais vividas por outras pessoas? (Ver Êxtase Religioso em Pessoas com Epilepsia do Lobo Temporal)

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A palavra "LUNÁTICO" e sua relação com Possessão e Epilepsia.

Mateus 17: 14 a 19
Senhor, tem misericórdia de meu filho, que é lunático e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo, e muitas vezes na água; E trouxe-o aos teus discípulos; e não puderam curá-lo. E Jesus, respondendo, disse: Ô geração incrédula e perversa! Até quando estarei eu convosco, e até quando vos sofrerei? Trazeis-mo aqui. E, repreendeu Jesus o demônio, que saiu dele, e desde àquela hora o menino sarou”.

Para os líderes religiosos Frei Calisto, igreja católica, e Pastor Xyco, igreja protestante, essa passagem da Bíblia é interpretada como um caso de epilepsia. A mesma interpretação pode ser vista em O Evangelho segundo o espiritismo, de Allan Kardec.

Frei Calisto, representante da Igreja Santo Antônio do Embaré, sugere que a palavra “lunático” possa ser uma linguagem da época e que tenha derivado da crença da lua. Quanto à possessão de demônios, diz “há muitos fenômenos que correspondiam com a epilepsia, mas não necessariamente a epilepsia seja sobrenatural” e completa “Talvez Jesus quisesse mostrar nas palavras ser o Deus que expulsasse o demônio”.

“Essa grande confusão entre possessão demoníaca e epilepsia ocorre devido à ignorância tanto científica quanto bíblica de alguns que se dizem pastores”, explica o Pastor Xyco e afirma “É um caso claro de ação demoníaca e não de epilepsia”, sugerindo que há uma tradução errônea da Bíblia.

Acreditava-se que a lua não era considerada um satélite da Terra e sim uma divindade que poderia controlar a epilepsia. Elza Márcia Targas Yacubian, em Epilepsia: da antiguidade ao segundo milênio – saindo das sombras, diz que “as pessoas afligidas pelo mal haviam pecado contra Solene, a deusa da lua, ainda que esta constituísse uma doença sagrada, pois sua cura não poderia se processar por meios humanos, mas apenas pela intervenção divina”.

Com o cristianismo, as pessoas passaram a acreditar que as crises se tratavam de processos naturais: “O aquecimento da atmosfera terrestre pela lua derreteria o cérebro, provocando as crises”, continua Elza.

Dados científicos, como os de Moreau, sobre a relação das crises de epilepsia e a mudança das fases da lua, analisando mais de 42 mil crises de 108 homens em cinco anos, chegaram a resultados negativos. Mas mesmo assim, para alguns espíritas, a fase da lua pode influenciar as crises.

Até hoje, falar de epilepsia, para algumas religiões, é ainda sinônimo de possessão. Uma pessoa com epilepsia sofre preconceito por líderes religiosos, que influenciam os seus seguidores a acreditarem que ela carrega o estigma de ser possuída por demônio, sendo passível de cura apenas por meio de orações e rituais de exorcismos. É comum ainda a prática de exorcismo da epilepsia em algumas igrejas, principalmente as pentecostais, como a Igreja Universal do Reino de Deus, que acreditam somente na fé para a cura e dispensam o uso de remédios.

O pastor Marcos Jair Ebeling, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, explica: “Reconhecemos que a causa da epilepsia é clínica e não espiritual. Portanto, deve ser tratada clinicamente e encaminhada para o médico".

Na prática do budismo é natural buscar e seguir as orientações dos médicos para o tratamento de doenças ao mesmo tempo em que devemos fortalecer a prática da fé. O protestantismo valoriza o dom da fé e o dom da medicina. O catolicismo ressalta que a epilepsia não é causada pela possessão demoníaca e nem pelas fases da lua.

Uma conversa sobre epilepsia e possessão demoníaca.

17 de dezembro de 2009,

Pastor Xyco, da Igreja Batista e da Capelania do HC-UNICAMP, em seu blog relata nossa conversa sobre a relação da epilepsia com possessão do demônio. Foi uma conversa incrível e com trocas mútuas de conhecimentos. Seu texto cita Hipócrates e a sua tentativa de desmistificar a epilepsia chamando-a “doença sagrada”. Conta também um caso em que uma pessoa não toma remédio porque é crente e tem fé e sua consequência, por não tomar os remédios receitados pelo médico, foi a perda de um órgão transplantado. A palavra "lunático" também aparece em seu texto e em um comentário deixado por um leitor. (ver postagem: A palavra "lunático" e sua relação com possessão e epilepsia)

Embora haja definições distintas entre as religiões, é importante ter cuidado aos fenômenos que observamos, sejam elas espirituais ou clínicas, e a avaliação médica tem que estar presente para todos e pessoas com epilepsia receberão o tratamento correto e sofrerão menos com o estigma que as rodeiam por falta de informação.

O meu interesse por essa conversa surgiu a partir de um compromisso que assumi de escrever um artigo sobre a visão da epilepsia por diversas religiões: catolicismo, protestantismo, espiritismo e budismo, reunindo entrevistas com líderes religiosos e suas respectivas doutrinas juntamente com citações de livros, para o próximo livro do CInAPCe que abordará temas sobre EPILEPSIA.

Estou postando alguns trechos do artigo no blog. É só clicar na palavra EPILEPSIA (em condição neurológica) do lado direito da tela que aparecerá as postagens referente ao artigo.


Blog do XYKO: http://xykomotta.blogspot.com/2009/12/epilepsia-e-possesao-demoniaca.html
Para quem quiser saber mais sobre o projeto CInAPCe: http://www.cinapce.org.br/

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Sermão da Montanha

Texto da wikipedia:
Pintura de Carl Heinrich Bloch
Achei muito interessante postar este link aqui para todos terem acesso a esse maravilhoso texto e para refletirmos sobre nossas condutas e morais e sobre os valores que estão sendo perdidos para com o outro, seja na amizade, no casamento e com a família.
O que nos rodeia nem sempre é aquilo que devemos seguir. Podemos ter uma criação cheio de valores mas se estamos rodeados por pessoas que não dão os mesmos valores para aquilo que acreditamos pode ser uma ensrascada. Temos que manter o que foi ensinado por nossos pais, os princípios e deveres. Acreditem, nossos pais sabem o que é melhor para gente e podemos sim escutá-los e nos aperfeiçoarmos como ser humano juntamente com nossas experiências diárias.
Cada um tem sua vida mas que devemos sempre compartilhar com outras pessoas. Ninguém vive só, ninguém cresce e aprende o que é viver, sozinho. Vamos refletir e pensar que seremos iluminados se não nos deixarmos abater pelas pedras do caminho e por pessoas sem brilho e que tentam nos distanciar do caminho certo e das pessoas que adicionam luz a nossa vida.
O Sermão da Montanha é um longo discurso de Jesus Cristo que pode ser lido no Evangelho de São Mateus, mais precisamente nos capítulos 5 a 7. Muito provavelmente, resulta da reunião de intervenções ocorridas em momentos distintos. Nestes discursos, Jesus Cristo profere lições de conduta e moral, ditando os princípios que normam e orientam a verdadeira vida cristã, uma vida que conduz a humanidade ao Reino de Deus e que põe em prática a vontade de Deus, que leva à verdadeira libertação do homem. Estes discursos podem ser considerados por isso como um resumo dos ensinamentos de Jesus a respeito do Reino de Deus, do acesso ao Reino e da transformação que esse Reino produz.

Além de importantes princípios ético-morais, pode-se notar grandes revelações, pois aquilo que muitas vezes é tido por ruim, por desagradável, diante de Deus é o que realmente vai levar muitos à verdadeira felicidade. Esta passagem forma um paradoxo, contrariando a idéia de muitos e mais uma vez mostrando que "...'Deus não vê como o homem vê, o homem vê a aparência, mas Deus sonda o coração" (I Samuel 16.7).
Durante esta longa reinterpretação, Jesus exorta as pessoas a não ofender o seu próprio irmão e, se tal acontecer, buscarem uma reconciliação com ele (o ofendido) o mais cedo possível. Jesus amplia o conceito de adultério, afirmando que todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração. Jesus também ensinou que os homens nunca deviam jurar de modo algum, muito menos jurar falso.
Jesus apela também para não resistir ao mau, não devemos resistir fisicamente às agressões (se alguém te ferir a face direita, oferece-lhe também a outra). Ele exorta também para dar a quem te pede e não te desvies daquele que te quer pedir emprestado (Mt 5, 38-42).
No fim desta reinterpretação da Lei de Deus feita por Jesus, Ele apela aos homens para, se eles quiserem ser os verdadeiros filhos de Deus, amar não só o seu próximo, mas também os seus inimigos, fazendo bem aos que vos odeiam e orando pelos que vos [maltratam e] perseguem, tal como Deus, que faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos. No fim, Jesus exorta para todos os homens, com esta prática de amor incondicional e supremo (uma das ideias-chave do Cristianismo), serem perfeitos, tal como Deus Pai, que é também perfeito (Mt 5, 43-48).

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Origem da Vida



Texto do Livro:
Tao Te Ching - O Livro que Revela Deus
escrito por Lao Tsé

"Todos os vivos nascem e morrem - mas a vida é imortal"


Explicação fisológica:
Lao-Tsé, na sua vidência cósmica, enxerga o Universo como um abismo de ilimitadas potencialidades de cuja essência Infinita brotam sem cessar as existências finitas. Todos os seres vivos individuais surgem sempre de novo da Vida Universal, quando nascem; e regressam a esse mar imenso de Vida, quando deixam de ser indíviduos vivos - assim como as ondas do oceano nascem do seio das águas imensas e recaem a esse mesmo seio. O vivo nasce quando emerge da Vida e morre quando mergulha novamente nessa Vida. A Vida é sem princípio nem fim, mas os vivos tem princípio e fim.

A célebre questão sobre "a origem da vida", tão discutida pelos cientistas, é uma questão absurda porque a Vida não tem origem, nem terá fim; somente os vivos tem princípio e tem fim. Começar a existir como vivo é nascer, deixar de existir como vivo é morrer - mas o nascer e o morrer nada tem que ver com a vida. A inexatidão da terminologia é causa de estéreis controvérsias.

A Vida é.

Os vivos existem e des-existem.

Discussão:
Confesso que é um modo de interpretação de origem da vida um tanto diferente do que costumamos descrever, pois relacionamos a Vida com o nascer e morrer. "Basta estar vivo para morrer", quem nunca escutou essa frase? Partimos do pressuposto que nascemos, vivemos e morremos. Mas Lao Tsé diz que a Vida não tem nada a ver com o nascer e morrer.
O nascer e morrer são processos de existência, tem um começo e fim e a Vida está sempre presente no Universo, é infinita e independente desses processos? Como separar a Vida desses processos? Não é nada fácil.
Difícil é chegar a um consenso comum sobre o que é a Vida. Em que momento da existência humana podemos chamar de Vida? Tema de controvérsias entre os cientistas. Há quem considere Vida o momento da fecundação do espermatozóide com o óvulo, formando o embrião; há quem diga que a Vida está presente após a formação do cérebro no feto, partindo do princípio que se considere morte quando há parada do funcionamento cerebral; há também conceitos sobre o 1° batimento cardíaco do feto, ou até mesmo o nascimento da criança.
Controvérsias deixariam de existir se a terminologia da palavra Vida fosse definida e principalmente aceita por todos? Podemos estar condicionados a imposições de significados históricos e, não percebemos, mas que são tão influentes em nossas mentes e em nossa Vida, independente do real significado dado para Ela.

"Transfiguração de Rafael"


A obra desvia de seu estilo sereno e apresenta uma nova sensibilidade de um mundo turbulento e dinâmico.
Mt 17: 1 a 13
Jesus subiu a um monte para orar com Pedro, Tiago e João e foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandeceu como o sol e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. Os discípulos tiveram a visão de que Jesus estivesse conversando com os profetas Moisés e Elias.
Pedro e os que estavam com ele estavam acabrunhados pelo sono. Despertando, porém, viram a sua glória e os dois varões, Moisés e Elias, que estavam de pé com Jesus e que falavam da saída dele, que estava para cumprir-se em Jerusalém.
Jesus diz às testemunhas para não contar a visão a ninguém, até que o Filho do homem seja levantado dentre os mortos. E eles calaram-se e não disseram a ninguém, naqueles dias, nada do que tinham visto. E guardaram a palavra consigo, perguntando uns aos outros o que é o «ressuscitar dos mortos».
O quadro retrata as palavras dos dois profetas se dirigindo a Jesus quanto a glória, que na cruz seria manifesta, em Jerusalém. A Paixão e Morte de Jesus.

Êxtase Religioso em Pessoas com Epilepsia do Lobo Temporal


Epilepsia é uma condição neurológica que atinge 1,8% da população brasileira.

Nos dias de hoje, há vários relatos de pessoas com epilepsia do lobo temporal que apresentam religiosidade exacerbada, ou seja, interesses por figuras místicas, religiosas, que rezam várias vezes ao dia e caminham para a igreja pela primeira vez ou com uma maior frequência do que faziam antes de terem as crises. Esse intenso êxtase religioso é experimentado apenas por pessoas que possuem epilepsia do lobo temporal durante as crises e também no período entre as crises.

Pessoas com epilepsia no lobo temporal seriam privilegiadas por ouvirem Deus e por relatarem experiências jamais vividas por outras pessoas? Na tentativa de compreender melhor o comportamento religioso excessivo, pesquisadores estão se dedicando a estudar o sistema límbico do cérebro. O livro do cérebro, da editora Duetto (tradução do livro The Brain), diz: “O sistema límbico responde pelos comportamentos instintivos, pelas emoções profundamente arraigadas e pelos impulsos básicos, como sexo, ira, prazer, sobrevivência”.

Em Fantasmas do cérebro, livro escrito por Ramachandran e Sandra Blakeslee, dois pacientes que apresentavam epilepsia e manifestavam inclinações espirituais, além de uma necessidade obsessiva de falar de seus sentimentos e de tópicos religiosos, foram submetidos a uma experiência científica.

Nas mãos desses pacientes estavam eletrodos que mediram as suas emoções de acordo com imagem que iam aparecendo numa tela de computador. O esperado para qualquer pessoa era uma reação aumentada para as cenas de violência e palavras ou cenas de sexo. O resultado desse experimento foi uma reação intensificada somente para palavras e figuras religiosas. Nas cenas de violência e sexo, a reação foi menor do que visto em indivíduos normais. Como esses pacientes experimentam todo o tipo de emoções estranhas durante uma crise, como se um vulcão entrasse em erupção e depois a sensação de calmaria, a explicação para tal intensidade divina teria a ver com a confusão mental vivida?

Uma explicação simples para o que acontece com as pessoas com epilepsia descrita em Fantasmas do cérebro é que “houve mudanças permanentes no conjunto de circuitos do lobo temporal causadas pelo reforço seletivo de algumas conexões e ofuscamento de outras”. A conclusão que se chega é que “existem circuitos no cérebro humano que são envolvidos com experiências religiosas e que se tornam hiperativos em pessoas com epilepsia”.

Deus está presente em regiões específicas do nosso cérebro? Como explicar a intensidade de reações religiosas em pessoas com epilepsia do lobo temporal? A busca dessas pessoas pela religião é um conforto para o plano físico e espiritual?

Ciência x Religião


"A Criação de Adão", pintado por Michelangelo, que figura o teto da Capela Sistina.

As posições de Deus e Adão, a pintura do braço direito de Deus e esquerdo de Adão são quase idênticas e representam o fato de que, como diz o Gênesis 1:27, Deus criou o homem à sua imagem e semelhança.

A interpretação da criação do homem a imagem e semelhança de Deus e sua criação por Deus pode ser a única transcrita dessa figura? Com os avanços da ciência, alguns cientistas se perderam na sua visão e objetivos. Como por exemplo, há alguns anos atrás, com a criação da ovelha Dolly a partir de células tronco. Alguns podem ter esquecido, mas quando se falava em células tronco, o objetivo era o transplantes de órgãos. E no entanto, nunca vou esquecer o que ouvi no Congresso Brasileiro de Genética, onde um senhor, cientista, se levanta no meio da platéia e diz que o objetivo era criar seres humanos perfeitos e no seu discurso, pergunta para todos: "Para que adotar uma criança qualquer, se podemos criar um bebê perfeito de olhos claros?". Claro que a consequência de seu argumento foi uma vaia alta e bonita daquela sala lotada.

Então, se esse senhor olhasse a figura da criação de Adão, diria nada menos que é o homem brincando de Deus por seu dedo quase encostar no criador. Mostrando que o homem também pode criar o ser humano a sua semelhança, só que melhorada e mais forte, como um soldado de chumbo.

O Campo da ciência que mais estuda a religião é a NEUROCIÊNCIA. E se formos mais longe na figura acima, podemos observar que Deus está envolto de uma estrutura que parece um cerébro. Será que Michelangelo já queria dizer alguma coisa na sua pintura sobre a influência que a ciência e religião tem uma sobre a outra?

Ciência e Religião ao contrário do que muitos crêem ou gostariam, elas caminham juntas. Seja um religioso ou um cientista, ambos acreditam em algo e se dedicam profundamente nessa existência. O limite imposto entre a religião e a ciência é dado por nós humanos.

Não há resposta para quem caminha sozinho. Sempre tem que existir alguma coisa ou alguém para este ser se importar, meditar, trocar experiências, aprender e errar.

Negar as diferentes necessidades nos é um absurdo. Por isso, a ciência e a religião devem caminhar juntas. Uma completando a outra. Quando entendermos essa lição, a ignorância que marca esse limite será superada.

Religião não pode ser imposta por ninguém e por nada, ela tem que acontecer naturalmente no coração das pessoas, independente da escolha de cada um. A essência está em VIVER a religião!!

E mesmo que haja definições distintas entre as religiões, é importante ter cuidado aos fenômenos que observamos, sejam elas espirituais ou clínicas, e a avaliação médica tem que estar presente para todos.

FRASES




“Quando a vida humana é valorizada – assim como Deus o quis – tanto a religiosidade quanto a ciência são chamados a contribuir para o seu bem”
Pastor Marcos - Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil

“A fé é uma decisão”
Pastor Xyko - Igreja Batista

“O comportamento humano não se explica só pela matéria”
Frei Calisto - Igreja Santo Antônio do Embaré

"Se soubermos suar no trabalho honesto, não precisaremos suar e chorar no resgate justo"
Livro "Evolução em Dois Mundos"
De: André Luiz, Chico Xavier e Ewaldo Vieira